A lebre e a tartaruga
Como sempre
Andava a lebre
voando
Nada vendo
Nada sentindo
Apenas correndo
Correndo!
Olhava só para frente
Mirando sempre o
futuro!
Assim, escalava
muros
Saltava pontes
Não tinha medo do
escuro
Esbaforida,
fremente!
Lá atrás, lá
longe
Andando um
passinho lento
Sentindo o alento
do vento
Vinha de novo
Como sempre
A tartaruga.
Cantava ela:
“Deus ajuda
Deus ajuda
Quem madruga!”
E era quase meia
noite!
A luz da lua
crescente
Crescia a cada
momento
Esvaziando o
negrume
Deixando solto o
queixume
Dando vazão à
canção
Numa curva
qualquer
Num viés
Encontraram-se as
duas
A lebre, terceira
volta
A tortuga, na
primeira.
Olharam-se
E um riso largo
soou!
Quanta besteira!
Quanta ilusão
passageira!
Quanto sonho mal
sonhado!
Quanta investida
perdida!
Quanta ação
realizada!
Quanta vitória
obtida!
Quanta alegria
sentida!
Quanta poeira nos
pés!
As duas se
sacudiram
E decidiram
parar.
Era hora de um
descanso
Precisavam de um
balanço
De diversão e
lazer!
Dum tronco
fizeram gangorra
Sentaram-se em
cada lado
E as duas se
divertiram
Só prazer!
Nenhuma
diferença!
Nenhuma
desconfiança!
Assim se resume a
vida:
Os passos
Os sonhos
Os planos
As horas
Ora lebre, ora
tortuga!
Neste dia resolvo
tudo
E apenas brinco
de novo!
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