segunda-feira, 25 de novembro de 2019

Gota




Link original: https://marisejalowitzki.blogspot.com/2019/10/gota.html

Ciclos



Diferentes ciclos marcam a existência
Sempre aprendizado
Ouvido, comentado, vivenciado

Quanto nos perdemos nas reticências
Nas resistências
Nas incongruências
Negando o óbvio
Teimando em parecer ser
Ao invés de, puramente, ser.

Simples? Claro que não!
A vida em borbotão
Tanta reprimenda, tanto julgamento

Alento mesmo é estar em si
Avanço mesmo é  o passo lento
Sabedoria é cantar o canto
No ruído, silencioso
No silêncio, ruidoso

Encanto e envolvimento

Entendimento é viver.


(Esta tela data de 1989, pintei-a justamente em reflexão aos diversos ciclos evolutivos pelos quais passamos.)


Link original: http://marisejalowitzki.blogspot.com/2019/11/os-ciclos.html

Hora de fechar o Livro




Sorte tua se nada existir depois
já que partiste
Pois,
se existir,
terás de ver o tamanho de tua omissão
ano após ano
verão após verão
sem atentar para os rigores do inverno.
Sim, muitas vezes foi um inferno
e tu, em meio às almofadas
Não que não merecias,
mas, e quem te pôs no mundo,
acaso pôde sonhar com regalias?
Isto nunca contou pra ti?
Lá na nfância
lá na juventude,
quem te incentivou a ir mais fundo
aumentar teu cabedal lógico?
Sim, foi ela!
Aquela
que assim que tuas asas cresceram,
recebeu de ti o desprezo, o desdém, a distância.
Instância pura de sofrimento puro
ano após ano
verão após verão,
ela te esperava nos natais
no ano-novo
ia ver a caixa postal no dia do aniversário...
Se tivesses sido mais presente
quanto tudo teria sido diferente!
Também a mim teria amenizado a caminhada
já que coube a mim abraçar toda a jornada
e eu era a quarta!
Sim!!! bem melhor que não exista nada
já que nada mais a ser feito!
Este Grande Livro seguidamente
infelizmente
ainda
se escancara, sem aviso, na minha frente.
Cai a meus pés, se atira na minha cara
não há o que fazer
a não ser aceitar
pois conheço a história de cor e salteado,
lá de trás
até aqui!
Aí eu deixo que se mostre!
As páginas, céleres, vão se movimentando...
Ando
faço minhas coisas
e deixo vir as lembranças.
Por vezes ainda caem lágrimas mansas
mas como é bom, depois de tudo visitado,
de novo e de novo,
ver chegar a hora de, novamente,
lentamente,
fechar este Grande Livro!
Que bom!
Está chegando a hora
agora
de novo!
me livro da lembrança doída
dou uma partida no passado
e um enter no presente
vou tomar um banho e me aprontar pra ir dormir!















(Foto: meteoro no RS em 12.abril.2019)

terça-feira, 4 de dezembro de 2018

Micropore




Micropore

Não existe coração doente
Existe coração sensível
Imprevisível

Se não há doença
Ninguém encontra cura

Quanto tempo dura um disfarce?

Vida só tem sentido
Se fora de julgamento
Querendo e sendo
Momento a momento

 Fazer só pra ficar conforme
 É disforme
E insano.

Ao sair do banco dos réus
A Alma encontra sua calma
Vive
E fortalece

Só assim o sorriso aparece. 


(Marise Jalowitzki)



domingo, 1 de abril de 2018

Velha macieira



Há pouco, ouvindo a canção Nabuco de Verdi
vi uma velha macieira, na imponência que só a velhice resguardada concede
com suas rugas, cascas secas, poucas folhas,
a história-em-pé,
a experiência gratuitamente concebida
e, na ponta de um galho, sem nenhuma folha,
uma linda maçã pendente.
Enorme,
vermelha,
sãzinha,
sem nenhum bicho em busca de hospedaria.
Que lindo espetáculo!
Que lição aprendida!

Sim, que todos os sonhos tenham guarida
e repousem na Alma de quem os tem
e na Alma de quem os recebe.

Não importa tornar-se ou não realidade.
Importa que são sonhos,
que alçam vôo
que são liberdade!

(Marise Jalowitzki)


https://www.youtube.com/watch?v=cdAERH_XkCQ

https://vestigiosdesol.blogspot.com.br/2018/04/velha-macieira.html

Cuando cantas yo canto con tu libertad Cuando lloras también lloro tu pena. Cuando tiemblas yo rezo por tu libertad En la dicha o el llanto yo te amo. Recordar dias sin luz de tu miseria Mi canción olvidó por un tiempo quién eras. Cuando cantas yo canto con tu libertad Cuando tu estas ausente yo espero. Es tu religión o quizas realidad Una idea que a todos nos cambia. Creo yo que eres tu la unica verdad La nobleza de nuestra humanidad. Por tenerte se debe luchar Esperarte sin desfallecer. Cuando cantas yo canto por tu libertad En la dicha o el llanto yo te amo. La canción de esperanza Es tu nombre y tu voz. Y la historia nos lleva Hacia tu eternidad. Libertad libertad.


quarta-feira, 30 de agosto de 2017

Necessária lição




Esta noite, quase-manhã, tive mais um sonho
Estava saindo perto da porta dos fundos de casa diferente
estranha
tenho sempre sonhado com velhas casas novas
Todos nós arrumando a nova velha casa para morar.

Vejo uma bola preta pendurada no alpendre
meio balançando
pego-a vigorosamente e atiro com força
Soltou-se
era um pássaro vivo
todo enrolado pelas teias de gigantesca aranha
Voou, balançando-se muito
talvez para tirar a gosma de suas asas
talvez pelo tempo sem usar suas asas
talvez por estar tonto pelo tempo preso

Duas gotas caíram
como se fosse chuva
como se fossem lágrimas.

Subiu, voando,
e, ainda meio tonto,
sentou-se no alto do morro de rochas
Um lince - lindo! - surgiu. Imobilizou-o com a pata
Um segundo depois, já lambia o focinho e saía à procura de mais comida!!!

Meio tonta, olhei para dentro, para ver se mais alguém havia visto a cena insólita
Continuavam a limpar a casa, fazendo de conta que não viram

Saí,
Varri
Tentei espairecer.
Voltei
Os dois sentados pela sala
Os dois varrendo lá na frente
Um grande panelão com água fervia
Olhei aquela cena sem entender! Quem poderia ter posto ali aquela panela com água fervente?
Uma gigantesca lagosta se ergueu, sofrendo
e, no esgar, levanta seus tentáculos em direção a mim
Pediria socorro com suas garras afiadas?
Ou quereria atacar-me?

Assusto, assusto muito.
Ela se transforma em cisne
tenta sair
não consegue
A água esquenta sempre mais
Abre o bico, tenta grasnar
nada
Quase choro, falo, tento fazer algo, mas como?
Vejo que os dois ficam atentos
em impotente desespero.
Imponho minhas mãos sobre a cabeça do cisne
Sei que ele não compreende
que nada mais pode ser feito.

Ele recolhe as asas, põe a cabeça em posição de dormir
Tem um frêmito
Encolhe o corpo muito e muito
e...adeus!

O menino maior tem o rosto mudo e os olhos molhados
O menino menor olha, assustado e mudo
Eu acordo
com a revolta e a impotência.

Tento rezar

Esteja em Paz, esteja Feliz! Passou!

(08.agosto.2017)
Marise Jalowitzki





sábado, 24 de dezembro de 2016

Feliz Natal!




Feliz Natal! Que as crianças possam, hoje e sempre, externar sua simplicidade e espontaneidade.
E que os adultos, ao permitir esta expansão, também  a vivam.
Por mais Amor e Compreensão. Por mais Paz!


A todos que caminharam junto mais esta jornada, desejo que a noite de hoje seja coroada de Amor, Compreensão, Paz, Alegrias! Muitos Abraços e Carinhos! E que isto se estenda por Todo o Sempre!
A Humanidade precisa MUITO de mais e mais Ternura, Afeto, Tolerância, Candura!
Beijos e Felicidades!
Marise Jalowitzki



 Marise Jalowitzki é educadora, escritora, blogueira e colunista. Palestrante Internacional, certificada pelo IFTDO - Institute of Federations of Training and Development, com sede na Virginia-USA. Especialista em Gestão de Recursos Humanos pela Fundação Getúlio Vargas. Criou e coordenou cursos de Formação de Facilitadores - níveis fundamental e master. Coordenou oficinas em congressos, eventos de desenvolvimento humano em instituições nacionais e internacionais, escolas, empresas, grupos de apoio, instituições hospitalares e religiosas por mais de duas décadas Autora de diversos livros, todos voltados ao desenvolvimento humano saudável. marisejalowitzki@gmail.com 

Gota

Link original:  https://marisejalowitzki.blogspot.com/2019/10/gota.html